2 de ago. de 2012

Desapego Familiar

Mas ele lhes respondeu: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?  E olhando aqueles que estavam sentados ao seu redor: Eis, disse, minha mãe e meus irmãos;  porque todo aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIV, item 5).

Em correta acepção, desapego quer dizer indivíduo que desenvolveu sua capacidade de avaliar e selecionar o que “pode” e o que “deve fazer”, estruturado em seu próprio senso de autonomia.

Agarrar-se a familiares de modo exagerado gera desajustes e doenças psicológicas, das mais diversas características, desde a mais leve das inseguranças – se deve ou não sair vestido – até o pânico incontrolável de tudo e de todos, levando o indivíduo ao desequilíbrio de seu desenvolvimento  e maturidade emocional.

A reencarnação leva o ser humano a exercitar a independência, quando propõe que a criatura é um ser viajante e temporário entre pessoas, sexo, profissão, países, continentes ou mundos. Não obstante, ela não destrói os laços do amor verdadeiro, antes cria diversos vínculos afetivos entre as almas, que ora pais, cônjuges, filhos e amigos retornam a habitar novamente os mesmos tetos em épocas diversas, e em posições completamente diferentes, estabelecendo na consciência uma maneira universalista de ver os relacionamentos da afeição e da simpatia, sem aprisionamentos ou dependências.

É importante compreendermos que, mesmo em família, ninguém veio à Terra só para fazer o que queremos, para satisfazer nossos caprichos ou nos agradar, pois não deveremos nos ver como devedores ou cobradores uns dos outros, mas como criaturas companheiras que viemos cumprir uma trajetória evolutiva, ora juntas, no mesmo séquito consanguíneo.

Desse modo, devemos levar em conta a individualidade de cada membro familiar e respeitá-lo, sem imposições ou submissões, pelo modo peculiar que encontrou de ser feliz e dirigir sua própria existência.

Cada pessoa que vive neste planeta deverá aprender suas próprias lições, e é inconcebível tentarmos fazer os deveres por elas, porque cada uma aprende com suas próprias experiências e no seu momento propício.

Podemos sim, oferecer aos familiares uma atmosfera de compreensão e apoio, sustentáculo e ajuda, facilitando a posição para que eles tenham por si sós a decisão de mudar quando e como desejarem, pois essas são atitudes possibilitadoras de relacionamentos seguros e duradouros.

É imperativo que se entenda que as atitudes possessivas criam indivíduos servis e profundamente inseguros, que futuramente precisarão ter sempre os familiares em sua volta, como uma “corte”, a fim de se sentirem amparados.

O exemplo clássico de criaturas apegadas são aquelas que foram criadas por “super pais",  e que durante muito tempo se mantiveram subjugadas e presas pelos fios invisíveis desta “suposta proteção” quando, na realidade, somente era uma “forma inconsciente” para suprir fatores emocionais destes mesmos adultos em desarranjo.

Crianças que foram educadas com as atitudes de adultos incapazes de estabelecer limites às suas vontades e desejos, contentando-as de uma forma ilimitada e sem nenhuma barreira, desenvolveram dependências patológicas, gerando progressivamente uma acentuada incapacidade de resolver seus problemas, peculiares a sua idade, os quais, outros menores, nessa mesma idade, mostrar-se-iam perfeitamente habilitados para encará-los e selecioná-los.

Crianças que se jogam ao chão, entre crises de falta de fôlego e de choro fácil, sem nenhuma razão de ser, são consideradas mimadas.  Esses comportamentos são resultados de terem sido tratadas como incapazes e com atitudes infantilizadas.

Pessoas inseguras e insuficientemente maduras podem educar os filhos da mesma maneira que foram criadas, repetindo para sua atual família os mesmos comportamentos “superprotetores” que vivenciaram na fase infantil, ou mesmo, por terem tido uma enorme experiência de rejeição no lar, também adotam a “superproteção” como uma forma de compensar tudo o que passaram e sofreram na sua infância.

Encontraremos uma das maiores instruções sobre a liberdade e desapego nas palavras de Jesus de Nazaré, quando se aproveitou da circunstância em que estavam reunidas várias pessoas, e lançou o ensinamento do “amor sem fronteiras”.

Apesar de respeitar e amar profundamente sua família, exaltou o “desapego familiar”, como sendo a meta a qual todos nós deveríamos atingir, a fim de que alcancemos os superiores princípios da fraternidade universal, aprendendo o verdadeiro sentido da liberdade integral.

A Natureza em nós é força de progresso, e os homens evoluem sempre, não porém ao mesmo tempo e da mesma forma, mas naturalmente ao seu próprio ritmo.

Texto psicografado por FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO, pelo espírito HAMMED. Do Livro Renovando Atitudes. Editora Boa Nova.

Imagem pesquisada na web, havendo direitos autorais, favor nos avisar para darmos os devidos créditos ou a retirarmos do blog.

3 comentários:

  1. muito esclarecedor obrigada

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    1. Obrigada Neraide pela visita. Volte sempre.
      Beijos na alma,

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  2. Anônimo26/1/16

    Meu marido recebe dinheiro e lá mesmo no banco já manda o da mãe dele quando chega em casa é sem dinheiro pra me dar porque depois que paga nosso lote não sobra mais nada ele manda mais da metade do salario dele pra mãe dele, ele diz que é por que ela tem mais conta pra pagar do nós dois e aqui nós paga aluguel e ainda tem que dar dinheiro pro irmão dele que ta desempregado. não sei o que faço pra impedir isso fazer ele mandar menos do que ele manda e lembrar mais de nos dois

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