27 de set. de 2012

Decepções

Não somos poucos  os que nos tornamos pessoas amargas, indiferentes ou frias, por causa de decepções que afirmamos ter sofrido aqui ou ali, envolvendo outras pessoas.

A decepção foi com o amigo a quem recorremos num momento de necessidade e não encontramos  o apoio esperado. 

Foi com o companheiro de trabalho que nos constituía modelo, parecia perfeito e o surpreendemos em um deslize.

Tais decepções devem nos remeter a exames melhores das situações.

Decepcionarmo-nos com pessoas que estão no Mundo, sofrendo as nossas mesmas carências e tormentos não é muito real.

Primeiro, porque elas não nos pediram para assinar contrato ou compromissos de infalibilidade para conosco. 

Segundo, porque o simples fato de elas transitarem na Terra, ao nosso lado, é o suficiente para que não as coloquemos em lugares de especial destaque, pois todas têm seu ponto frágil e até mesmo seus pontos  sombrios.

A nossa decepção, em realidade, é conosco mesmo, pois nos equivocamos em nossa avaliação, por precipitação ou por análise superficial.

Não menos errada a decepção que afirmamos ter com a própria religião, com a doutrina de fé cristã que está a espalhar, em toda parte, os ensinamentos deixados por Jesus Cristo para os seres de boa vontade.

O que acontece é que costumamos confundir as doutrinas que ensinam o bem, o nobre, o bom, com os doutrinadores que, embora falem das virtudes que devemos perseguir,  conduzem as próprias existências em oposição ao que pregam.

Como vemos,  a decepção não é com as mensagens  da Boa Nova, mas  exatamente com os que conduzem a mensagem. 

 Nesse ponto não nos esqueçamos de fazer  o que ensinou Jesus: comparar os frutos com as qualidades das  árvores donde eles procedem, de modo a não nos deixarmos iludir.

Avaliemos, desta forma, as nossas queixas contra pessoas e situações e veremos que temos sido os grandes responsáveis pelas desilusões do caminho.

Nós mesmos é que criamos as ondas  que nos decepcionam e magoam.Cabe-nos amadurecer gradualmente nos estudos e na prática do bem,  aprendendo a examinar cada coisa, cada situação, analisar a nós mesmos com atenção, a fim de crescermos para a grande luz,  sem nos decepcionarmos com nada  ou com ninguém.

Precisamos aprender a compreender cada indivíduo no nível (nível de evolução espiritual, acréscimo meu) em que se situa, não exigindo dele mais do que possa dar  e apresentar, exatamente como não podemos pedir à roseira que produza violetas, que não tenha espinhos e que não despetale suas flores na violência dos ventos.

Para que avancemos em nossa caminhada evolutiva, imponhamo-nos uma conduta de maturidade, de  indulgência e de benevolência  para com os demais.

Disponhamo-nos a brilhar, sob a proteção de Deus, avançando sempre,  não nos detendo na retaguarda a examinar mágoas e depressões, que se apresentam na estrada como pedras e obstáculos,  calhaus e detritos.


(Texto extraído do Livro Revelações da Luz,  de Raul Teixeira).


2 comentários:

  1. É, amiga, as surpresas acontecem...fazem parte da vida.
    A decepção vem de onde menos esperamos.Todos,um dia passam por ela.
    Nós é que nos equivocamos.
    Um abraço

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  2. Olá amiga. Decepção é inerente à vida. O importante é sair de uma situação crítica sem amarguras e extraindo aprendizado. Texto lindíssimo. Sou fã de Raul Teixeira. Beijos.

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