30 de dez. de 2012

Convite à oração com amor

Nada melhor para começar o ano do que uma oração: oremos agradecendo pelo ano que passou, agradecendo pelo ano que se inicia, agradecendo pela vida e suas boas oportunidades. O mais fundamental, nos momentos de oração, é lembrar-se de pedir por “nós”. O nós em questão; é o irmão menos favorecido, é a paz mundial, é a humanidade, é o planeta terra com todas as suas criaturas, como disse João Mohana: (...) “uma vez que não se atravessa o mar do nós, não se alcança o porto da paz com os outros, recusando-se obstinadamente a viajar como irmão com os irmãos.” É  hora de termos consciência de que, não somos apenas células soltas, ao contrário, somos seres de complexa tecnologia interligados e cada um tem  papel essencial no movimento  da engrenagem, ou seja, com o Todo.
 
Refletindo nas palavras Berdiaeff; “Se tenho fome, isto é um fato físico. Se meu vizinho tem fome, é um fato moral”. Dessa forma, o orante que se deslumbra com as maravilhas da vida e anestesia o coração ao trágico do outro, perde a sua beleza e sua autenticidade. Como pode o amor de Deus habitar naquele que possui bens e fecha o coração ao irmão necessitado? (1 Jo 3,17)
 
Todavia, para vivermos essa comunhão com o nós, é preciso de um poderoso ingrediente; o amor. Muhana também nos diz: “O amor é o denominador comum dos atos do cristão. Sejam atos místicos, de prece, sejam atos sociais, de serviço. Não podia ser de outro modo. Sendo um encontro filho-Pai, a prece é dinamismo bilateral de amor. Sobretudo, quando se sabe que nesse binômio o Pai é Amor, então, o Amor não se veste senão de amor. E esse é o traje para os encontros com Ele. Amor”.

O psicólogo Schilder, em seus estudos constatou que na experiência de ódio a imagem do corpo se contrai e na vivencia do amor se expande, chegando mesmo a incluir fenomenologicamente outros seres.
 
Ainda embalados no pensamento de Mohana, constatamos que se o amor leva a esses resultados corporais, pergunto o que não faz espiritualmente? “No nível do espírito, a expansão é ultrapassada, incluindo uma faixa bem mais ampla de outros seres. Interessa-nos aqui saber que essa expansão envolvente de outros seres também acontece na forma orante do amor, a prece. É à custa desse luxuoso e sublime privilégio do amor, que qualquer um de nós, sem sair da cadeira de sua oração, abarca e abraça a criação inteira, tudo quanto existe fora do nada, e Deus que sustenta a universal existência. É à custa desse assombroso e delicado poder, que o espírito do orante pode atingir facilmente, no vaivém do amor, tanto o Pai quanto o Filho, pois a bilateralidade do relacionamento irmão-irmão também se apóia no mesmo sentimento”.
 
Fica aqui o nosso convite, vamos orar com autenticidade, com amor, orar para o coletivo, o Todo, para que Deus possa concluir o sonho que sonhou ao nos criar.
Feliz oração de uma nova consciência, neste 2013.
Beijos na alma,
Simone Anjos
(Texto baseado e citações extraídas do livro de “Paz pela Oração”, de João Mohana, 5ª Ed. Rio de Janeiro: Agir, 1981).
 
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